Instituto Pensar - ?Não pediremos para sair?, disse Pazuello antes de Bolsonaro anunciar sua substituição

?Não pediremos para sair?, disse Pazuello antes de Bolsonaro anunciar sua substituição

por: Hylda Cavalcanti 


Pazuello e Bolsonaro na cerimônia de posse do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello. ? (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (15), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que nem ele nem membros da sua equipe pediriam para deixar a pasta. A fala ocorreu horas antes de Jair Bolsonaro (sem partido) anunciar o substituto do general da ativa e anunciar o médico cardiologista Marcelo Queiroga como o 4º nome a assumir a pasta durante a pandemia.

"Nem eu nem minha equipe vamos pedir para ir embora porque isso que estamos tratando aqui é muito sério, diz respeito a salvar vidas. Estamos trabalhando, mas sei que o cargo é do presidente. A situação é de continuidade da missão e quando chegar algum substituto, faremos a transição de forma correta?, frisou ele, evitando falar diretamente sobre as críticas que vinha recebendo de políticos e médicos ao longo dos últimos meses.

No evento desta tarde, Pazuello também havia anunciado que o Brasil assinou contratos com vários laboratórios do mundo para a aquisição de vacinas contra a covid e  que a sua saída do ministério poderia ser uma questão "de curto, médio ou longo prazo?, buscando deixar uma incógnita que durou poucas horas. Ao mesmo tempo em que confirmou que o presidente estava avaliando sua substituição, o ministro afirmou que quando for tomada decisão a respeito, fará "uma transição como manda o figurino?. "Mas o momento agora não é de falar na minha saída e sim sobre o plano de vacinação?, acentuou.

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O ministro afirmou que  com a formalização dos documentos para aquisição de vacinas, o Brasil irá aplicar 562,9 milhões de doses até o final do ano. Somente em março, segundo ele, serão aplicadas 38 milhões de doses de vacinas até o dia 31.

Antes da demissão extraoficial, Pazuello apresentou um cronograma de chegada dos imunizantes de 10 vacinas de diferentes laboratórios. "São todos contratos assinados e empenhados, mas quero explicar aqui que cronogramas às vezes atrasam porque laboratórios às vezes precisam passar por algum atraso?, argumentou, diante das reclamações de atraso no plano de imunização anunciado no início deste ano.

Pazuello e as vacinas contratadas

Por parte das vacinas desenvolvidas por institutos brasileiros, fazem parte do grupo, dentre os laboratórios com os quais o Brasil assinou contratos, a AstraZêneca, produzida pela Fiocruz a partir de parcerias com a Universidade de Oxford; a AstraZêneca, também produzida pela Fiocruz, mas a partir de parceria com o laboratório indiano, em vez de Oxford; a Sinovac, produzida pelo Instituto Butantan, em parceria com a China e a mesma vacina, produzida pelo Butantan, mas em parceria com a Índia.

As demais são a Covax/Facilit, liberada pelo acordo firmado entre vários países (que sairá da fábrica da AstraZêneca na Coreia); a Covax Facilit que será liberada pela OMS; a Precisa, que está sendo desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat/ Biotech; a Sputnik V, que está sendo produzida pela Rússia, por meio do laboratório União Química; a Pfizer, dos Estados Unidos e a Jansen, da Johnson & Johnson, que está sendo produzida na Bélgica.

O ministro, entretanto, não mencionou a demora por parte do governo brasileiro no sentido de buscar a aquisição de vacinas para garantir logo esses imunizantes e firmar tais contratações no segundo semestre do ano passado, como fizeram a maior parte dos países.

"Precisamos tomar todo o cuidado com as propostas e decisões paralelas. Combinamos com os governadores do Nordeste, que demonstraram interesse me fazer as próprias aquisições, para que os contratos para cada Estado seja assinado por eles, mas sejam enviados para o ministério para que tais imunizantes sejam distribuídos para estes locais por meio do Plano Nacional de Vacinação?, afirmou ele.

Vacina da Moderna em tratativas

Pazuello explicou que a única vacina existente contra a Covid com a qual ainda não foi formalizado contrato é a Moderna, da Sinofarm, mas o ministério já está em tratativas com o laboratório. "Com esses contratos as vacinações vão andar e poderemos dizer, ao final do ano, que adquirimos mais vacinas do que a população brasileira e que todos foram imunizados?, ressaltou.

Questionado sobre os alertas de colapso na entrega de oxigênio hospitalar para os estados, o ministro disse que não é obrigação da sua pasta a produção, transporte e distribuição logística de oxigênio, mas que diante da situação do país em meio à pandemia, está tentando interferir para facilitar o transporte.

"O ministério é o cliente do oxigênio. O resto não deveria ser nossa obrigação, mas estamos ajudando, apoiando no problema e o tempo todo trabalhando juntos?, frisou.

De acordo com Pazuello, o Governo Federal iniciou um aporte de oxigênio a partir da próxima quinta-feira (18) para Rondônia e, em seguida, fará o mesmo nos outros estados que apresentem essa necessidade. Várias perguntas políticas e com questionamentos foram pedidas ao ministério para serem respondidas pela entrevista, mas assim que concluiu sua fala, o ministro restringiu a coletiva a umas poucas perguntas e se retirou.



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